Os satélites são importantes para telecomunicações, observações geoespaciais e outras funções, mas o excesso desses componentes em órbita pode atrapalhar as observações espaciais feitas aqui da Terra. A SpaceX está no centro desse debate, já que a empresa conta com mais de 3 mil satélites, para a transmissão da internet, mas a intenção é que esse número chegue a 30 mil, a maior parte deles da rede Starlink.
Mesmo com telescópios espaciais como James Webb, recentemente lançado e o Hubble, os principais responsáveis pelas observações do espaço, são os observatórios localizados aqui na Terra. Os satélites localizados na órbita terrestre podem interferir de várias formas nas observações, sejam elas feitas por telescópios infravermelhos, pórticos ou de rádio.
Para reduzir esses problemas, a National Science Foundation (NSF) e a SpaceX estão conversando e estudando formas de reduzir as interferências dos satélites nas observações do céu noturno feitas pelos astrônomos.
Como os satélites atrapalham as observações espaciais?
Para que boas imagens do espaço sejam feitas, os observatórios precisam estar localizados em locais com céu noturno limpo, longe da poluição luminosa dos grandes centros urbanos. Além disso, telescópios ópticos geralmente precisam de longas exposições das lentes para coletar imagens de objetos distantes, que podem durar segundos ou até mesmo minutos.
No entanto, se um satélite passa pela área de observação enquanto as lentes estão capturando a luz para formar imagens, elas ganham um enorme risco luminoso atravessando o céu.
Segundo um estudo realizado pelo The Astronomical Journal Letters em 2022, cerca de 5301 observações feitas pelo observatório Zwicky Transient Facility entre 2019 e 2019, continham faixas luminosas causadas pela passagem de satélites.
Na declaração publicada pela NSF, a fundação também pontuou que a SpaceX concordou em analisar se os lasers infravermelhos usados pelos observatórios para melhorar a observação podem afetar a operação de satélites, e sem sim o quanto isso atrapalha. Quando um satélite Starlink passava por uma área de observação, os observatórios sempre desligam seus laser, mas isso não será mais necessário
Quanto aos observatórios de rádio, a SpaceX concordou em se esforçar para reduzir as interferências. Os satélites da empresa usam uma banda de ondas de rádio muito próximas da usada pela radioastronomia.
Além disso, a NSF e a SpaceX concordaram em trabalhar em conjunto para resolver as questões levantadas por astrônomos à medida que a frota da Starlink cresce.
''Estamos preparando o terreno para uma parceria de sucesso entre empreendimentos comerciais e públicos que permite que importantes pesquisas científicas floresçam junto com a comunicação via satélite'' - Sethuraman Panchanathan, diretor da NSF, em comunicado
Imagem: Starlink